05 setembro 2018

a raiva e a arte

Olá meus nenês! Como vão as coisas do lado dai? Tudo anda muito corrido por causa do ensino médio, eu passo o dia inteiro na frente do computador sempre estudando alguma coisa, e não tem nada de interessante acontecendo. MAS, eu adoro os dias cheios e ocupados. Fiz um monte de simulados e pretendo fazer alguns vestibulares já esse ano, para me preparar e essas coisas. Além disso, eu estou voltando a ler, hábito que eu tinha quando era um pouco mais nova e perdi conforme fui ficando mais velha, estou lendo O Vilarejo de Raphael Montes, e posso confirmar que ele é como Stephen King brasileiro para mim, os contos são brutais e espero trazer mais recomendações de livros e filmes para vocês. Também comecei a assistir filmes da Marvel e da DC, acho que nunca tinha feito antes por falta de oportunidade, adivinha quem chorou assistindo Mulher Maravilha? Enfim, esses dias tem sido absurdamente estressantes também, e não me levem a mal, eu juro de dedinho que tento ser uma pessoa mais calma e good vibes, mas nunca dá certo, parece que as pessoas simplesmente não colaboram. Pensando nisso, eu vou começar a falar de um tema aqui no meu broguinho que eu adoro e estudo por conta própria já faz uns bons meses. ARTE. Ai ai, ARTE. Até o nome já é forte, então por isso, eu vou começar a falar mais disso por aqui. Entããão hoje eu vim trazer como proposta, um sentimento, que aliás ando sentindo até que bastante, a raiva. E como essa raiva muitas vezes, pode servir de impulso para criação artística de vários pintores ao longo da história.

  • Judite decapitando Holofernes, por Artemisia Gentileschi

    Pra mim é impossível pensar sobre a raiva na arte e automaticamente não citar Artemisia Gentileschi, a pintora italiana do movimento barroco, nascida em 1593 e considerada uma das mais importantes de sua época, junto com Caravaggio e foi a primeira mulher a ser aceita na Academia de Belas Artes de Florença (Michelangelo HIMSELF estudou lá!). Infelizmente, Artemisia foi violentada sexualmente quando tinha 18 anos, por um amigo de seu pai. Algum tempo depois, a nossa querida pintou aquela obra ali em cima, trata-se de uma cena bíblica famosíssima, que mostra Judite e sua serva cortando a cabeça de um general que a havia assediado. Vários outros pintores retrataram a passagem, mas claro, nas mãos de uma mulher, ganhou outro significado, a expressão de raiva e repúdio de Judite é clara, deixando tudo mais interessante.

  • Os quadros de Francis Bacon

    Filho de um pai rude e violento, Francis Bacon não cresceu em um dos melhores ambientes, chicoteado quando criança para "se tornar homem", esse pintor com certeza viu a raiva de perto, e seus quadros nos mostram pinceladas expressivas e também violentas, será que tinha algum trauma ali? Suas pinturas todas seguem esse estilo macabro e sombrio, com cores agressivas e rostos desfigurados, como a releitura que fez de um quadro do Papa. Por algum motivo essas obras me trazem desconforto, talvez até angústia, a terceira pintura parece berrar e você quase consegue ouvir. Ele tinha um certo apresso pelas coisas violentas desse tipo, que vão de fantasias masoquistas até desmembramento de corpos.

  • O Abstracionismo de Pollock 

    Já pensou como deve ser terapêutico chegar em casa depois de um dia estressante e jogar tinta em cima de uma tela? Colocando ali toda raiva acumulada? Às vezes Jackson Pollock me dá essa impressão, que ele chegou PUTASSO em casa e resolveu jogar tinta em tudo, usando da chamada Action Painting, o pintor nos diz: "Quando estou na pintura, não tenho consciência do que estou fazendo. Só vejo o que fiz depois de um período de "conscientização". Não tenho medo de fazer mudanças, destruir a imagem etc., porque a pintura tem vida própria. É só quando perco contato com a pintura que o resultado é ruim. Caso contrário, há pura harmonia, uma troca tranquila, e a pintura fica ótima." Esse quadro principalmente me dá essa impressão, acho que as cores monocromáticas em tons de cinza somadas com os jatos violentos de tinta por todos os lados passam essa impressão, a confusão no meio da fúria. 

  • As tempestades pintadas por William Turner

    A natureza pode ter raiva? As tempestades marinhas pintadas por William Turner me remetem ao sentimento de fúria das marés, muitos quadros dele são só borrões e isso me dá quase o mesmo sentimento quando falo de Pollock. Suas obras não foram bem aceitas em vida, por serem consideradas "rústicas" e "grosseiras" segundo os críticos. Para muitos esse pintor é considerado o auge da expressão romântica. Suas telas em tons mais mortos e sombrios deixam em mim o sentimento de tédio, enquanto suas tempestades me transmitem fúria.


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2 comentários:

  1. Para mim esse mês será bastante corrido pois tenho que estudar para uma prova que irá acontecer no fim do mês que irá definir o meu 2019,estou bem apreensivo pois nem comecei a estudar. O mês de Agosto foi cheio de tarefas,trabalhos e pesquisas para mim. Eu também tinha parado um pouco de ler livros e voltei a pouco tempo a ler todos os livros da Saga Harry Potter.

    Eu amo tudo que envolve Arte,verdadeiramente é exposto grandes talentos. Ao ver todas estas imagens,lembrei que terei que pintar uma tela no ano quem vem como fim do ensino médio na matéria de arte.

    suéter azul

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  2. eu fico feliz que tu finalmente tenha iniciado as leituras do raphael montes <3 logo que terminar de ler dom casmurro, pretendo iniciar jantar secreto, estou muito animada com a ideia ♡ e simplesmente amei o fato de tu começar uma coluna de arte aqui no teu cantinho, porque eu também ando pesquisando um pouco e me informando o máximo que posso a respeito de arte, mas tenho uma memória terrível e acabo confundindo muito vários movimentos. eu ando relativamente mais tranquila e demonstrando cada vez menos sentimentos negativos como raiva e tristeza, mas o desprezo que sinto por certos tipos de pessoa ainda é difícil de mascarar. espero que ambas tenhamos sorte nessa jornada para a paz de espírito!

    As obras de Francis Bacon quase me trouxeram lágrimas, honestamente falando. Os traços remetem muito forte à dor e angústia e eu acabei ficando sensível quando exposta a esse tipo de sentimento de forma tão "crua". Realmente, a pintura de Artemisia tem um significado profundo e tocante, assim como as tempestades aparentemente são bem intensas mesmo. O abstracionismo de início me passou um sentimento triste, como rancor ou arrependimento; mas quando passei o mouse por cima da cor e percebi a presença de tons terrosos, acho que compreendo por que você relacionou à raiva.

    eu admito que estava com bastante vergonha de comentar pois não tenho um conhecimento amplo do meio artístico, mas tenho muito interesse em aprender e tudo que aqui foi escrito, foi de coração. eu amo essa musiquinha do Oasis ♡ Mesmo que talvez o comentário tenha ficado confuso, prometo que as intenções foram as melhores.

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